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terça-feira, 30 de março de 2010

* Aos que sofrem uma desilusão amorosa



Às vezes, parece que levaram nosso amor embora. Não é verdade. Penso ser como a inteligência: algumas vezes, nos desgastamos para ajudar alguém a resolver um problema, ficamos exaustos, aproveitam de nossas idéias ou estudos, e no fim a pessoa não é grata. Mas ela não levou nossa inteligência, apenas o fruto de nosso raciocínio. Não construirá seu próprio discernimento agindo assim, e a vida cobrará coerência ao que ela levou. Após alguns dias, nós teremos a capacidade de resolver problemas, e um dhama. Ela, não.

Com o Amor é a mesma coisa. O Amor era nosso, e estará aqui. Não o levam embora, não há como. Era o nosso, apenas compartilhamos. Levaram seus frutos, e não a capacidade de amar. Nós é que crescemos por Amar. A vida é amor, somos frutos dele, Deus é Amor. Ir contra o Amor, talvez, seja ir contra a vida e seu fluxo. O outro também se modificou, e se colheu karmas ou dharmas com isso é o seu processo, não nos cabe julgar - chegamos aqui por amor.

O resto, o tempo conserta. Não é vingança ou cobrança, é psicanaliticamente matemático: Não há como o erguido pelo amor prosseguir do mesmo modo esperando ser sustentado pelo que negou. Afinal, suas escolhas antigas não foram fruto do acaso, mas de seu próprio processo inconsciente. Este muda sim por atitudes e consciência, mas não por descasos, injustiças, reações e agressões ao amor - ao contrário. Não é "karma", ou pelo menos não só: Sem o que lhe dava centro e apoio, a possibilidade de voltar a repetir padrões antigos, ou de encontrar o oposto extremo daquilo que rejeitou é grande.

É por isso que, de mil escolhas possíveis, quem nos injustiça escolhe sempre o que / quem mostrará no futuro quem realmente eramos nós. Vem alguém que repete o passado, os pais, ou quem inverte papéis. Parece mão de Deus, ironia do destino, praga, mas tem explicação. Não se chega ao certo errando, pelo menos não sem consciência.

Sente e espere. O tempo mostra quem é quem. Mas sem intenção de vingança - lembre-se que chegamos nisso... por Amor! A vingança espiritualista é crescer muito, amar muito, e lá adiante nem sequer (precisar) lembrar o que perdoar. Pelo mesmo mecanismo, nossos padrões de amor nos trazem... Amor. É o nosso processo e colheita. O da outra pessoa, é o dela, terá seu tempo. Estamos falando em Des Ilusão.

* trecho do texto retirado da coluna do site voadores (http://www.voadores.com.br) de autoria de Lázaro Freire, do ítem 'Quanto à sua dor'.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A burrice como cicatriz


"Tente tirar uma cicatriz. Não vai conseguir fácil. Para tirar uma cicatriz, talvez tenha de fazer outra – uma cirurgia plástica que, enfim, nunca deixará de ser uma nova cicatriz".

*Trecho do texto retirado do blog do filásofo Paulo Ghiraldelli: http://ghiraldelli.pro.br/2010/03/burrice/